Meu Pai!... As flores
desabrocham nos jardins deixando no ar um
perfume inebriante e primaveril!... Olho para
elas, para as ruas, para os parques, para as
janelas enfeitadas de colorido abundante e sinto
dentro de mim um desejo enorme de renovar-me
também da forma como é possível: através de
roupas e demais aparatos, pois que é assim que o
ser humano pode representar, perante a Criação,
a sua alegria de viver. No entanto, meu Pai,
sinto que muitas vezes me deixo levar pela
vaidade e acabo adquirindo o supérfluo sem que
dele necessite em tempo algum; sinto que meu
gosto pela aparência consome a minha imaginação
um pouco além do necessário, levando-me a
trabalhar mais para gastar mais e abarrotando
meus armários de objetos e produtos que quase
nunca utilizo, passado o desejo de adquiri-los.
Igualmente, Senhor, sinto que muitas vezes me
queima sutilmente na alma um desejo imenso de
sobressair-me no ambiente social que me é
próprio aparentando, através de roupas, joias e
demais cuidados, uma superioridade que nem
sempre corresponde à verdade, e onde obedeço,
simplesmente, o meu gosto pela ostentação...
Naturalmente que sei devo
cuidar de meu corpo físico com a diligência que
devo ter para com meu espírito, mas nem sempre
sei colocar um freio a minha imaginação e
exuberância... Por isso, Pai Amado, cuida de mim
e de meus arroubos no que diz respeito à minha
apresentação física e ao meu desejo de consumir
por consumir. As vitrines iluminadas que me
seduzem com seus artigos e cores, Senhor,
acenam-me com uma felicidade que é tão bela
quanto passageira... Me leva, Pai, a buscar
adquirir os tesouros da alma, igualmente, para
que mais tarde quando me chamares para o Plano
Espiritual, eu não olhe para trás em lágrimas
por ter deixado no pó da Terra tudo o que se
constituía em meu tesouro maior!...
Assim seja!
André Luiz, IDEAL
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